Courtney Barnett é incapaz de gravar um disco ruim
André Barcinski
30/05/2018 05h59
A australiana Courtney Barnett tem 31 anos e lança agora seu terceiro LP.
Ela estreou em 2015 com "Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit", seguido por um disco colaborativo com Kurt Vile, "Lotta Sea Lice" (2017), ambos excelentes.
Veja Kurt e Courtney tocando "Over Everything":
Duas semanas atrás, saiu o novo disco de Courtney, "Tell Me How You Really Feel". Desde então, está em altíssima rotação aqui em casa.
Courtney Barnett faz um power-pop um tanto desleixado. E isso, acredite, é um elogio. Sua música tem um clima relaxado, solto, assim definido pela amiga e fã Kim Deal (Pixies, Breeders): "Parece que a ela e a banda acabaram de aprender as músicas, entraram num estúdio e gravaram. E eu sei como é difícil soar assim tão à vontade".
Veja Courtney tocando "Charity", do disco "Tell Me How You Really Feel":
É curioso Deal ser fã de Barnett, porque a música da australiana deve muito ao Pixies, ao Breeders, e a tantas bandas dos anos 80 e 90. Ouvindo os discos não é difícil ouvir influências de Pavement, Sebadoh, Lemonheads, Nirvana (especialmente das músicas menos pesadas) e do punk-pop de Buzzcocks, Fastbacks e Redd Kross.
Um ótimo feriado a todos. O blog volta segunda, 4 de junho.
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Sobre o autor
André Barcinski é jornalista, roteirista e diretor de TV. É crítico de cinema e música da “Folha de S. Paulo”. Escreveu sete livros, incluindo “Barulho” (1992), vencedor do prêmio Jabuti de melhor reportagem. Roteirizou a série de TV “Zé do Caixão” (2015), do canal Space, e dirigiu o documentário “Maldito” (2001), sobre o cineasta José Mojica Marins, vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Sundance (EUA). Em 2019, dirigiu a série documental “História Secreta do Pop Brasileiro”.
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