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Fantasmas, assassinos e psicopatas: três livros para acabar com seu sono

André Barcinski

20/08/2018 05h59


Se você gosta de histórias de terror e suspense, aqui vão três livros lançados recentemente que vão atrapalhar o seu sono. Um é novo, e dois são relançamentos de clássicos do século 20.

"A Assombração da Casa da Colina", de Shirley Jackson
Stephen King a considera a melhor história de fantasmas já escrita. Neil Gaiman, em recente artigo no "The New York Times", diz que é o livro mais aterrorizante que já leu. Lançado em 1959, "The Haunting of Hill House" foi adaptado para o cinema em 1963, num filme sensacional de Robert Wise, chamado "Deasafio do Além". A história é simples: quatro pessoas se encontram numa casa para ver se o local é mesmo mal-assombrado. Mas o que diferencia esta de muitas outras histórias parecidas é a forma como Jackson descreve a casa e os personagens, criando um clima de suspense que envolve o leitor. É uma obra-prima da literatura de horror e acaba de ser relançada no Brasil pela editora Suma de Letras.

"O Colecionador", de John Fowles
Bem antes de Hannibal Lecter, havia Frederick Clegg. O pacato funcionário público, criado pelo autor inglês John Fowles (1926-2005), chocou leitores em todo o mundo em 1963, no romance "O Colecionador". Nessa impressionante história de terror psicológico, Clegg, cujo hobby era colecionar borboletas, sequestra uma estudante e a mantém refém no sótão de uma casa isolada. É um dos romances mais aterrorizantes já feitos e foi relançado pela editora Darkside, especializada em literatura fantástica e de horror. Foi o livro de estreia de Fowles, que voltaria a fazer sucesso em 1969, com o romance "A Mulher do Tenente Francês".

"Receita Para Se Fazer Um Monstro", de Mário Rodrigues
Sabe quando você está tão atormentado por um livro, tão repelido pela maldade do personagem e a violência da história, que pensa em parar, mas se vê forçado a seguir em frente por uma curiosidade mórbida e irresistível? Foi essa a sensação de ler "Receita Para Se Fazer Um Monstro", do pernambucano Mário Rodrigues. Na teoria é uma coletânea de contos, mas funciona como um romance, porque todos os contos são sobre o mesmo personagem e relatam uma história em ordem cronológica. Narrado em primeira pessoa, o livro conta a vida de um personagem sem nome, que desde a infância pratica a maldade contra tudo que vê pela frente. Quem é essa pessoa, um psicopata? Um matador de aluguel? É um livro estranho e fascinante, que transporta o leitor para a mente do personagem, um lugar nada acolhedor. Participei de um debate com o autor, Mário Rodrigues, e ele citou como influências Graciliano Ramos e Cormac McCarthy.

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Sobre o autor

André Barcinski é jornalista, roteirista e diretor de TV. É crítico de cinema e música da “Folha de S. Paulo”. Escreveu sete livros, incluindo “Barulho” (1992), vencedor do prêmio Jabuti de melhor reportagem. Roteirizou a série de TV “Zé do Caixão” (2015), do canal Space, e dirigiu o documentário “Maldito” (2001), sobre o cineasta José Mojica Marins, vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Sundance (EUA). Em 2019, dirigiu a série documental “História Secreta do Pop Brasileiro”.

Sobre o blog

Música, cinema, livros, TV, e tudo que compõe o universo da cultura pop estará no blog, atualizado às terças-feiras.