“Mindhunter”: na trilha dos “serial killers”
Existem muitos livros e filmes sobre assassinos seriais, de análises da psicologia dos criminosos a relatos de crimes que chocaram o mundo. É um tema exaustivamente explorado por cinema, TV e literatura.
Mas nem sempre foi assim. Até o fim dos anos 70, o FBI, serviço de segurança dos Estados Unidos, nem tinha uma expressão para designar pessoas que cometiam assassinatos em série.
"Mindhunter", uma nova série do Netflix, explora justamente essa época, o fim dos anos 70, quando John Edward Douglas, um investigador do FBI, teve a ideia de entrevistar assassinos seriais presos para traçar seus perfis psicológicos e tentar entender o modo de agir dos criminosos.
Na série, Douglas se chama Holden Ford (Jonathan Groff). Junto com seu parceiro Bill Tench (Holt McCallany), Ford viaja pelos Estados Unidos conduzindo longas entrevistas com alguns dos criminosos mais conhecidos do período. Um deles é Ed Kemper (interpretado magistralmente por Cameron Britton), um nerd de dois metros de altura e QI de 145, que no início da década de 70 matou diversas mulheres, incluindo a própria mãe.
"Mindhunter" foi produzida pela atriz Charlize Theron e pelo cineasta David Fincher, dois artistas que sempre pareceram muito interessados no tema da vida criminal. Charlize ganhou um Oscar por sua incrível atuação no papel da assassina Aileen Wuornos em "Monster" (2003), e Fincher dirigiu dois excelentes filmes sobre assassinos seriais: "Seven" (1995) e "Zodíaco" (2007).
A primeira temporada de "Mindhunter" tem dez capítulos. Vi os três primeiros (dois deles dirigidos por Fincher), e estou empolgado para ver o resto.
Não espere tiros, perseguições e cenas de ação. "Mindhunter" – pelo menos nos três primeiros episódios – é sobre investigação criminal. Os personagens falam muito, discutem e analisam as entrevistas que conduzem com os criminosos. Mas os depoimentos dos monstros são muito mais chocantes e interessantes do que qualquer tiroteio.
Um ótimo fim de semana a todos.
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