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MC5, The Kinks e Neil Young and Crazy Horse: clássicos nunca morrem

André Barcinski

04/07/2018 09h10

Nas últimas semanas, três bandas clássicas dos anos 60 ressuscitaram: MC5, The Kinks e Neil Young and Crazy Horse.

MC5

O MC5 vive de reuniões esporádicas desde 1992, quando os integrantes da banda se reuniram num show-tributo ao vocalista Rob Tyner, que morrera no ano anterior.
Desde então, o grupo perdeu o guitarrista Fred "Sonic" Smith, em 1994, e o baixista Michael Davis, em 2012. Em 2005, sob a alcunha DKT/MC5, a banda veio ao Brasil, com Mark Arm, do Mudhoney, nos vocais (sou suspeito pra falar desse show porque fui um dos organizadores).

Durante todos esses anos, quem carregou o legado do MC5 foi o guitarrista e vocalista Wayne Kramer. Agora, Kramer, que em agosto lança sua autobiografia, "The Hard Stuff", montou uma superbanda – a MC50 – para acompanhá-lo numa turnê de comemoração dos 50 anos de "Kick Out the Jams", primeiro disco do MC5, gravado ao vivo em outubro de 1968 em Detroit.

O grupo tem o guitarrista Kim Thayil (Soundgarden), o baixista Dug Pinnick (King's X), o cantor Marcus Durant (Zen Guerilla) e o baterista Brendan Canty (Fugazi). O MC50 está em turnê. Veja a banda em ação em Gotemburgo, Suécia, no mês passado:

THE KINKS

O ultimo album do Kinks, "Phobia", saiu em 1993, e desde então os irmãos Ray e Dave Davies não escondem que a relação entre eles não é das melhores. Mas a briga pode estar encerrada…

Numa entrevista com a BBC há alguns dias, Ray disse que a banda estava trabalhando num álbum novo. Durante a entrevista, recebeu até uma ligação do baterista Mick Avory. Veja a entrevista completa aqui:

E aqui, uma gravação de 1993 com a banda tocando "Over the Edge", do disco "Phobia", o último lançado pela banda:

NEIL YOUNG AND CRAZY HORSE

Quando o baixista Billy Talbot sofreu um derrame, em 2014, parecia que a longa carreira do Crazy Horse havia terminado. A banda acompanha Neil Young desde o fim dos anos 60 e gravou discos clássicos como "Everybody Knows this is Nowhere" (1969), "Tonight's the Night" (1975), "Rust Never Sleeps" (1979) e "Ragged Glory" (1990).

Em maio de 2018, Young anunciou, sem qualquer cerimônia, que o Crazy Horse havia voltado, e marcou cinco "shows-ensaio" em pequenos teatros na Califórnia. O trio que subiu ao palco com Young foi a formação pioneira do Crazy Horse, com Talbot, o baterista Ralph Molina e o guitarrista Nils Lofgren (segundo Young, o guitarrista Frank "Poncho" Sampedro, que está no grupo desde 1975, não pôde participar, mas estará de volta em breve).

Veja a banda tocando "Everybody Knows This is Nowhere":

Tomara que alguma delas passe pelo Brasil.

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Sobre o autor

André Barcinski é jornalista, roteirista e diretor de TV. É crítico de cinema e música da “Folha de S. Paulo”. Escreveu sete livros, incluindo “Barulho” (1992), vencedor do prêmio Jabuti de melhor reportagem. Roteirizou a série de TV “Zé do Caixão” (2015), do canal Space, e dirigiu o documentário “Maldito” (2001), sobre o cineasta José Mojica Marins, vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Sundance (EUA). Em 2019, dirigiu a série documental “História Secreta do Pop Brasileiro”.

Sobre o blog

Música, cinema, livros, TV, e tudo que compõe o universo da cultura pop estará no blog, atualizado às terças-feiras.