O rock do sul vai bem, obrigado!

Filmado em dois festivais de som pesado realizados em Santa Catarina, o Megalodoom (Brusque), e o Medusa (Floripa), o filme traz entrevistas e apresentações ao vivo de várias bandas brasileiras.

É impossível avaliar bandas apenas por uma música, mas a qualidade impressiona. Os grupos têm sonoridades diversas – stoner, metal à Black Sabbath, hard rock tipo Blue Cheer, e até toques de progressivo – mas o nível médio é muito alto.

O filme traz apresentações ao vivo de Red Mess, Ruínas de Sade, Stolen Byrds, Space Guerrilla, Hammerhead Blues, Muñoz e Tropical Doom. Nem todas são do sul do país: o Muñoz é de Goiânia (e radicado em Floripa); o Hammerhead Blues é de São Paulo. Ao longo do filme, são citadas diversas outras bandas de várias partes do Brasil: John Filme, Monte Resina, Cobalt Blue, Black Witch, Hellbenders, Saturndust, Siracusa e Cassandra, entre outras.

Confesso que nunca fui grande entusiasta do rock sulista (com exceção de Replicantes, Cascavelettes, Walverdes e alguns outros), mas deu vontade de conhecer mais. Em 2001, cheguei, com meus parceiros do programa "Garagem", a fazer uma singela homenagem à cena dos pampas, promovendo a "explosão do rock gaúcho", em tributo a grupos como Bidê ou Balde e Video Hits (ouça aqui).

No mesmo programa, perguntamos aos ouvintes: "Como vai chamar o disco-tributo do Engenheiros do Hawaii?" Repostas: "Exército de um Corno Só", "Revolta dos Bambis", "Varas Variáveis", e a grande vencedora: "Rock Glande do Sul", sugestão de nossa mitológica ouvinte Marta Oshiro.

Mas esse tempo já passou. "Medusalodoom" mostra que hoje existe uma cena forte e atuante no sul do país, com ótimas bandas, produtores motivados, e público fiel. A única coisa que falta é ver mulheres em cima do palco. Cadê as bandas das minas?