Nada será como antes
Pode parecer paradoxal, mas em meio a uma das mais graves crises institucionais de nossa história, é impossível não estar otimista com o futuro do país.
Porque nada pode ser pior do que estava.
Nada pode ser pior do que o sistema em que empreiteiras e grandes grupos industriais controlavam o país às custas de relações escusas com o poder público.
Sou de uma geração que se acostumou a desacreditar no país e em suas instituições, e que se frustrou diversas vezes com políticos em que acreditávamos, mas que se revelaram tão ruins ou piores do que os que os precederam.
As lições foram amargas, e provocaram uma sensação de que as coisas nunca poderiam mudar enquanto o sistema não fosse implodido.
Hoje, pela primeira vez, sinto que isso pode ser diferente.
Porque, não importa o que aconteça – e espero que a saída seja a eleição direta (via emenda constirucional), única solução que apaziguaria o país – as coisas devem, em teoria, mudar.
Ninguém é ingênuo para achar que a situação vai melhorar de uma hora pra outra, mas dificilmente veremos uma relação tão promíscua entre empresas privadas e o poder público como a que existe hoje. Se a prisão não der um jeito nesses caras, o que pode dar?
Então, em meio ao caos, estou otimista. Isso pode significar um recomeço. Enquanto isso, assistiremos de camarote à implosão do sistema.
Um ótimo fim de semana a todos.
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